REUNIÃO DO CONSELHO DISTRITAL - DIA 15.03.2014

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A Bondade de Deus e a nossa gratidão - por Elton Américo

Juventude para quê? Essa é a grande pergunta que acompanhou um grupo de jovens durante um retiro onde o grande tema era "quem nós somos?". Essa pergunta está diretamente ligada com nossa identidade. É interessante, que sempre que refletimos a respeito de nós mesmos, de quem somos, refletimos também a respeito de Deus e tudo o quanto ele faz por nós.

Por isso, refletir sobre a nossa identidade é na verdade refletir sobre a bondade de Deus para conosco e a nossa gratidão a essa bondade. Em resumo, é podermos olhar para a ação de Deus em nos preservar, nos dar o sustento, a proteção, o necessário para a vida e também a sua bênção. Na explicação do primeiro artigo Martinho Lutero mostra qual o significado desse artigo para a nossa vida: “Creio que Deus me criou a mim e a todas as criaturas; e me deu corpo e alma, ouvidos e todos os membros, razão e todos os sentidos, e ainda os conserva; além disso, me dá vestes, calçado, comida e bebida, casa lar, esposa e filhos, campos, gado todos os bens.

Supre-me abundantemente e diariamente de todo o necessário para o corpo e a vida; protege-me contra todos os perigos e me guarda de todo o mal.E tudo isso faz unicamente por sua paterna e divina bondade e misericórdia, sem nenhum mérito ou dignidade da minha parte. Por tudo isso devo dar-lhe graças e louvor, servi-lo e obedecer-lhe. Isto é certamente verdade.”

Essas palavras nos convidam a olhar em três direções: 1° Quem somos: criaturas de Deus; 2° Como Deus trata as suas criaturas; 3° Como respondemos a esse cuidado de Deus: com gratidão. Quando olhamos para a leitura do Salmo do dia podemos ver essas direções bem presentes. Elas estão presentes nas palavras do Salmista que nos convida a olharmos para a graça de Deus (sua bondade) e nela colocarmos a nossa vida e confiança.

Quem somos? Criaturas de Deus:

As palavras do salmista: “Seja Deus gracioso para conosco e nos abençoe e faça resplandecer sobre nós o seu rosto traz para nós a idéia do “Deus conosco”, ou seja, um Deus que sempre está ao lado da sua criação. É do “Deus conosco” que procede a vida, “e formou o homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.” Gn 2.7. É dele também que procede a Salvação: “Eis que a virgem conceberá e dará a luz um filho, ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer Deus conosco).

É interessante notar este aspecto do “Deus conosco”, pois é a esse Deus que o salmista busca a graça – “Seja Deus gracioso” - e a bênção – “faça resplandecer sobre nós o rosto.”

Essa graça e bênção estão diretamente ligadas ao louvor e gratidão do povo sobre a sua colheita. O povo reconhece, por meio da colheita abundante, o cuidado e o sustento de Deus, e em resposta a esse sustento rendem graças a Deus.

Reconhecer o cuidado e o sustento de Deus é reconhecer também que Deus nos criou e também nos preserva nesse mundo, é ele que nos dá força, saúde, sabedoria para o trabalho: “Creio que Deus me criou a mim e a todas as criaturas; e me deu corpo e alma, ouvidos e todos os membros, razão e todos os sentidos, e ainda os conserva...”, ou como nos coloca o Salmo 145. 14.15: “Ele (Deus) ajuda os que estão em dificuldade e levanta os que caem. Todos os seres vivos olham para ele com esperança, e ele dá alimento a todos no tempo certo” (NTLH).

Como Deus trata as suas criaturas

É interessante notar o cuidado de Deus para com seu povo, tanto no passado, como hoje no presente. Lutero resume esse cuidado de Deus da seguinte forma: “E tudo isso faz unicamente por sua paterna e divina bondade e misericórdia, sem nenhum mérito ou dignidade da minha parte”. Esse cuidado de Deus não é baseado naquilo que o povo (nós) pode oferecer a Deus. Não há nada que o povo possa oferecer a não ser, os próprios pecados. As palavras “sem mérito” ou “dignidade” querem dizer: sem obras que possam ser realizadas e nada que possa oferecer de si mesmo. Assim, não há nada que possamos fazer e nada que possamos oferecer a Deus para que possamos merecer a sua misericórdia.

É nesse sentido que agora podemos compreender as palavras “para que conheçam na terra os teus caminhos e, em todas as nações a tua salvação”. Os “caminhos de Deus” aqui na terra estão ligados com a sua salvação. E ambos só podem ser conhecidos porque Deus nos dá a conhecer, pelo seu cuidado e pela sua bondade, os quais estão revelados em Jesus. O apóstolo Paulo nos revela essa bondade a qual está presente em Jesus quando diz: “Deus estava em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões” (2 Co 5.20); ou ainda “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo...e isto não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.4,5,8).

Diante dessa bondade somos convidados a colocar toda a nossa vida, certos de que o “Deus Conosco”, Jesus, nos acolhe, cuida de nós e nos convida a vivermos em confiança no “caminho” e na “salvação de Deus”. Viver no caminho e na salvação de Deus é viver sob seus cuidados e diante da sua bondade. Bondade que se revela a cada dia para nós, pelo pão diário, nas relações entre pais e filhos, no nosso emprego, etc. Somos sempre de novo convidados a cada manhã recomeçar as nossas vidas diante da bondade de Deus, tendo a certeza e a fé, que o próprio Deus, por meio de Jesus e quem nos ajuda e fortalece.

Como respondemos a esse cuidado de Deus: com gratidão.

Diante desse amor e cuidado de Deus nós respondemos com as nossas ações de graças, ou seja, nos juntamos ao Salmista Davi e rendemos graças a Deus por sua bondade, pelo seu cuidado, pelo seu sustento e pela sua salvação. Como?

Vivendo as bênçãos, ou seja, os frutos dessa bondade em nossa vida. O convite do Salmista é “Louvem-te os povos o Deus... Alegrem-se e exultem-se as gentes” (Sl 67.3-5). Ou como nos coloca Lutero: “Por tudo isso devo dar-lhe graças e louvor, servi-lo e obedecer-lhe. Isto é certamente verdade”. Servir, obedecer, louvar e agradecer a Deus e deixar Deus ser Deus na nossa vida, reconhecê-lo como criador e também salvador.

É nesse sentido que cantamos: “Seja Deus gracioso para conosco e nos abençoe”. Assim, não só estaremos rendendo graças ao nome de Deus, mas estaremos também anunciando, por meio de nossas vidas e dos cuidados de Deus, a bondade e salvação de Deus a todas as nações. Bondade e salvação que nos guia pelo caminho rumo ao céu. Amém.

Elton Américo

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